sábado, 18 de agosto de 2012

Que cristão você é?

Que cristão você é?

Ora, pergunta boba. "Afinal já tenho mais de 10 anos de caminhada na Igreja e sempre participei, sempre procurei ser fiel aos mandamentos, nunca faltei nenhuma Missa, estou à disposição quando precisam de mim e sempre que posso estou a frente dos trabalhos…"

Talvez isso ainda precise de mais reflexão!

“Encontrando-se junto do lago de Genesaré, e comprimindo-se à volta dele a multidão para escutar a palavra de Deus, Jesus viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os pescadores tinham descido deles e lavavam as redes. Entrou num dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes
para a pesca.» Simão respondeu: «Mestre, trabalhamos durante toda a noite e nada apanhamos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes.» Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe.”

Leu o texto acima? Compreende o que ele nos ensina?

No limite de nossa humanidade achamos que o que nós já fazemos está bom: “Já consigo conciliar meu trabalho e meu estudo com o meu serviço na Igreja, participo das pastorais com as quais me identifico e sou muito bom no que eu faço lá. Me relaciono muito bem com os meus irmãos e não tenho inimizades na paróquia, estou convencido que sou um bom cristão.”

O discurso acima me parece não só de um católico convertido, mas de um santo. Sim, um santo! Pois consegue em poucos palavras pontuar o que um merecedor do reino dos céus deve ter. Mas será que é isso mesmo?



Não quero apontar para ninguém. Como pecador que sou, acredito que entre aqueles que me rodeiam não são tão diferentes de mim, afinal eu não sou tão diferente deles. Às vezes tenho a sensação de que na Igreja nos comportamos como pessoas que não precisam do Médico. Porque não assumimos nossa condição humana e buscamos o que é Divino? Talvez o primeiro passo para a tão falada santidade comece pelo reconhecimento de nossas enfermidades…

Quando Jesus nos convida para lançarmos as nossas redes novamente, mesmo tendo passado a vida toda na Igreja trabalhando, Ele quer que saiamos da perigosa mesmice que o serviço pastoral pode nos colocar. Ser Igreja é bem diferente de estar na Igreja o tempo inteiro, fazendo aquilo tudo quase como uma obrigação, um serviço voluntário… não é bem assim.

Não importa quanto tempo estamos na caminhada, ela sempre se renova. Devemos estar sempre com novas redes e com novo ardor para colocar nossos barcos à pesca. Nosso maior pescador faz “nova todas as coisas” e deseja o mesmo de nós.

E aí só conseguiremos colher os frutos da grande pesca quando lançarmos as nossas redes depois de trabalharmos a noite toda.

Fiquem com Deus!

Lucas Cavalcante - Em algum momento de 2010