Catequese – Jesus catequista
Três aspectos das catequeses de Jesus
Reunião com membros em
formação da Pastoral Catequética da Paróquia Nossa Senhora da Assunção – P.Sul
(05/06/2010)
Uma voz exclama: “Abri no deserto um
caminho para o
Senhor, traçai reta na estepe uma pista
para nosso Deus.
Que todo vale seja aterrado, que toda
montanha e colina
sejam abaixadas: que os cimos sejam
aplainados,
que as escarpas sejam niveladas!”
Então a Glória de Deus manifestar-se á:
todas as
criaturas juntas apreciarão o esplendo
porque a boca do Senhor o prometeu.
(Isaías 40, 3-5)
Iniciamos este caminho em
nossas vidas – ser Igreja e assumir nossa vocação à santidade – Ouvimos de
todos que precisamos evangelizar e anunciar à todos a salvação que vem de Deus.
Ouvimos da boca do profeta que
anuncia a chegada do Messias, que aquele que virá vai trazer a todos a
verdadeira consolação e que depois dele tudo mudaria: seremos salvos!
Refletiremos acerca do que é ser profeta, o que é ensinar
a palavra de Deus entre os povos e proclamar o Evangelho a toda criatura.
- Quem é Jesus?
- O que é ser santo?
- O que é ser Catequista?
Vamos refletir também sobre o
que devemos ser para nossos catequisandos, o que vamos – a partir de agora –
refletir com eles, passar o exemplo, ou melhor, o testemunho. O que nos
angustia ao sabermos da responsabilidade que Deus nos confia ao pedir que
ensinemos sobre Ele?
- Preciso transmitir a Doutrina da Igreja!
- Eles precisam entender o verdadeiro sentido de ser católico!
- Será que vão entender o que estou dizendo?
- E depois? Para onde eles vão?
Estas perguntas nos rodeiam o
tempo todo. E não podem nos deixar nunca, pois é a partir da sensação de
necessidade de mudança é que mudamos. Alguém disse: “Em time que tá ganhando
não se mexe”. Aqui se mexe sim, e para melhor... Para o Alto!
Penso que ser catequista,
especialmente de pastoral catequética (pois a Igreja está em constante processo
catequético, tanto de si quanto dos seus membros) deve ser um trabalho levado a
sério e até as últimas consequências.
Um dos malfeitores, ali crucificados,
blasfemava
contra ele: “Se és o Cristo, salva-te a ti
mesmo
e
salva-nos a nós!” Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer
temes a Deus, tu que sofres no mesmo
suplício? Para nós isto é justo: recebemos o
que
mereceram os nossos crimes, mas este
não
fez mal algum.” E acrescentou: Jesus, lembra-te
de
mim, quando tiveres entrado no teu Reino!”
Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te
digo, hoje estarás comigo no paraíso.”
(Lucas 23, 39-43)
O que isto significa? Mesmo que
em nossos grupos de catequese apareçam pessoas como o ladrão que duvidou de
Jesus (e haverá!), sabemos também que do outro lado existe o que acredita e
deposita toda a confiança naquele ensinamento dado pelo catequista e o levará
para seu cotidiano como consolação. A catequese precisa ser formativa e
educativa, mas principalmente espiritual.
Vocês falarão o tempo inteiro
de Jesus, seja qual for o tema que irão tratar Ele é o centro de tudo: a razão
de estarem diante de tantas almas à espera de respostas. Para falarem de Jesus
terão que falar como Ele.
Pensemos em Jesus naquele tempo
em que ele vivia e quais suas características eram mais notadas por todos. O
jeito como falava e como atraía os seus para perto dele. Podemos chamar aqui de
“a didática de Jesus”.
Jesus falava em parábolas: “Então lhes
propôs
a
seguinte parábola: Quem de vós que,
tendo cem ovelhas e perdendo uma delas,
não
deixa as noventa e nove no deserto e vai
em
busca da que se perdeu, até encontrá-la? E
depois
de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de
júbilo, e, voltando para casa, reúne os amigos
e
vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo,
ache
a
minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que
assim haverá maior júbilo no céu por um só
pecador
que
fizer penitência do que por
noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento.”
(Lucas 15, 3-7)
Jesus usava de parábolas porque
o seu povo era pouco instruído, não tinha acesso ao conhecimento contido nas
Escrituras. Assim era mais fácil daqueles entenderem a mensagem evangélica.
Quem são nossos catequizandos? São pessoas que não conhecem tanto sobre as
doutrinas da Igreja e tampouco já entendem de imediato o que conhecem. Nossa
mensagem (na verdade a de Jesus) precisa chegar na “língua” deles. De que adianta
o nosso vocabulário correto e rebuscado como o dos fariseus se não conseguimos
penetrar no coração de quem nos ouve? De que valerá ao catequizando aprender
palavras bonitas como escatologia, mariologia, purgatório, indulgências e
tantas outras se não colocará o verdadeiro sentido delas no seu crescimento
espiritual? Muitas vezes no Evangelho, Jesus se rebaixou (pois era Deus!) para
que seus irmãos pudessem sentir-se em casa e acolhidos por Ele. Interessante
entender que das principais características de Jesus era fazer-se igual aos
seus. Precisamos entrar na realidade dos nossos irmãos para termos acesso à sua
vida e sermos ouvidos. E que grande desafio!
Jesus era catequista também
porque falava sempre às multidões e ali encontrava motivo para falar de Deus –
Jesus sempre falava de Deus – Sejamos exemplos para a nossa “multidão” também
fora da Igreja, nosso dia-a-dia, ensinemos a eles que se deve ser cristão e
buscar a santidade a todo o momento. Que precisamos “vigiar e orar, pois não
sabeis o dia nem a hora...”.
O catequista precisa ter vida
de oração. Assim como Jesus orava e se retirava para a oração temos nós também
que vivenciar a oração como parte do nosso cotidiano e testemunhar tudo isso o
tempo todo, para que fique neles o exemplo de que pela oração podemos tudo e
que a oração é uma súplica de misericórdia a coração de Deus. Que eles sejam
devotos de Nossa Senhora!
Precisamos mostrar aos
catequizandos, que a devoção a maior de todas as orações é nosso melhor veículo
no caminho para a salvação. Que através da celebração da Eucaristia (que é mais
importante e precede qualquer atividade da Igreja, pois por si mesma já nos
evangeliza) encontramos todo o sentido de sermos cristão e de viver. Façamos a
todo tempo o convite para que nossos filhos espirituais sejam devotos da Santa
Missa como primeiro motivo de encontro com o Catequista dos catequistas. E
nosso testemunho deve condizer com esta verdade tão bela quanto real: Podemos
nos encontrar com Jesus Cristo e aprender Dele a qualquer momento diante da
Eucaristia!
E que no momento final de nossa
jornada na catequese (a 1ª Comunhão, a Crisma, a celebração da perseverança...).
Tenhamos a certeza em nosso coração de que o nosso trabalho foi bem feito para
a glória de Deus e que educamos nossos filhos para a vida eterna.